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Foto do escritorAna Rezende

Sororidade no RH: uma reflexão


Mil coisas para fazer mas não consigo tirar da minha cabeça uma frase que ouvi hoje cedo: “Não quero nada que não seja meu de direito, entretanto, quero TUDO a que tenho direito.”


Essa frase me tocou e me levou longe…. Lembrei de uma reunião de mulheres empreendedoras na qual palestrei faz uns 5 anos. Uma das participantes me perguntou o quanto a minha vida profissional tinha sido/ estava sendo mais difícil pelo fato de eu ser mulher. Eu respondi para ela que sempre havia sido tratada com respeito nos ambientes em que trabalhei, que assumi a posição de Business Partner nos 1os anos da minha carreira e que desde então vinha sentando na mesa de decisão e encontrando meu lugar de fala mesmo sendo, quase sempre, a única mulher na reunião.


Que resposta fraca, não? Shame on me. A expressão facial no rosto da pessoa que me fez a pergunta ficou na minha memória por muito tempo, era algo do tipo: sabe de nada, inocente! Mas é por que realmente, nesta época, ainda não havia despertado para o tema sororidade.


Essa pergunta ligou a sirene na minha cabeça, comecei a me perguntar por que eu era uma das poucas mulheres subindo na pirâmide e mais… agora vem a parte que mais me envergonha… por qual motivo de, certa forma, eu me sentia orgulhosa disso? Como se eu aceitasse essa condição de que é difícil mulheres "subirem", RHs serem reconhecidos como merecem.


Lucidez é um M., né? Uma vez que a gente toma consciência de algo que tem que ser desenvolvido, não tem volta.


Comecei a ler sobre o tema, cheguei na palavra sororidade e seu lindo significado e decidi: é isso, cheguei aqui, posso ajudar outras mulheres a subir, como também posso pedir ajuda a outras mulheres que estão em degraus mais altos.


Faz 04 anos que estou na Lidehra e acompanho muitas profissionais de RH procurando seu lugar ao sol, ou melhor, nas reuniões estratégicas. É impressionante como mesmo estando no ano de 2021, em pandemia, quando nossas skills são mandatórias para o crescimentos no negócio, ainda vejo mulheres de RH com dificuldade de se fazer ouvir.


Quando vejo as pesquisas salariais ainda me espanta a divergência salarial entre as (os) líderes de RH e o restante da liderança.


Agora, mais consciente do meu papel como uma profissional e pessoa mais "sênior" (jeito elegante de dizer: velha), se estou em uma situação na qual posso usar minha zona de influência para estender a mão e caminharmos juntas, o faço. Às vezes são coisas pequenas, sugerir que o RH participe da reunião, do alinhamento, do briefing, outras vezes, recomendar que o RH apresente a entrega do projeto para a empresa toda, ocupe o palco que merece. Fazer do eu, um nós. Ficamos tão mais fortes. Na verdade, gosto de achar que ficamos invencíveis.


Somos especialistas em pessoas em um mundo extremamente complexo, dinâmico e difícil de se estar. Algumas de nós podem estar em um estágio mais inicial de aprendizagem, mas sempre temos algo a dizer que possa contribuir, mas precisamos fazer parte dos fóruns relevantes, dizer para as pessoas certas.


Resumindo, o que eu quero dizer para vocês, colegas de RH é: “Não queiramos nada que não seja nosso de direito, entretanto, reivindiquemos TUDO a que temos direito.” Se você já está em uma posição influente na sua empresa, ótimo, você pode ajudar alguma colega a estar nesta mesma condição, mentore, compartilhe sua experiência, tire dúvidas, responda os pedidos de ajuda que aparecem nos grupos de whats. Se você está na fase de conquista e ampliação da sua zona de influência, peça ajuda, insista, te desejo resiliência para continuar reinvindicando o que é seu, de direito.


Vamos juntas! Sigamos!


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